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18.3.16

BALAMENTO

Aproxima-se a Páscoa e com ela toda uma tradição ligada aos rituais normais da época.
São as férias da Páscoa para as crianças, as amêndoas, os doces, os torrões de açúcar, os ovos e os coelhinhos da Páscoa, embora ainda  me falte perceber porquê o coelho, se ele não põe ovos, os chamados ovos de Páscoa, mas adiante. As casas dos avós por esta altura enchem-se com os risos e as brincadeiras dos netos pois os filhos que estão a trabalhar (e as escolas encerradas para o período normal de férias) não têm outra alternativa senão deixá-los a cargo dos avós o que é uma alegria,  porque volta as lembranças dos filhos naquelas idades e as consequentes comparações dos netos com os próprios filhos.
Voltam á memória, recordações de brincadeiras e jogos daquela época e o querer perpetuar as tradições nos netos.

E vem uma lembrança de um jogo, o balamento, que se joga entre duas ou mais pessoas em que,  em hora e local combinado mais ou menos a primeira pessoa que vê a outra diz balamento e faz um ponto.
O objetivo é chegar ao dia de Páscoa e quem estiver a ganhar, ganha do adversário, amêndoas ou outras guloseimas consoante as possibilidades dos intervenientes no jogo.
De salientar que  para poder ganhar pontos, há que se esconder para que o adversário não o descubra.
Assim, os avós jogam com os netos sabendo que, perdendo ou ganhando vão sempre ter de oferecer qualquer coisa aos netos, pois claro.
E assim cá na nossa região ainda há a tradição do balamento, embora já se esteja a desvanecer porque não há uma cultura de preservar muito as tradições antigas.
Só resta esperar que se reverta esta situação pois faz parte da cultura do povo, e que urge recuperar.