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30.4.25

1° de Maio - Um marco na história do trabalho











CARLOS FOTÓGRAFO
Manifestação do 1º de Maio, primeiro feriado nacional do Dia do Trabalhador, na praça do Município, freguesia da Sé, Funchal | 1974-05-01

1 de Maio 

O Dia do Trabalhador, celebrado a 1 de Maio, é uma data carregada de simbolismo, conquistas e, sobretudo, de memória coletiva. Em Portugal, como em muitos outros países, este dia é feriado nacional e recorda a luta dos trabalhadores por melhores condições laborais, horários justos e direitos fundamentais — muitos dos quais hoje consideramos garantidos.

A origem do 1º de Maio remonta ao final do século XIX, nos Estados Unidos, quando milhares de trabalhadores saíram à rua em Chicago, exigindo a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias. O protesto resultou em confrontos violentos, mas a semente da mudança já estava lançada. Anos mais tarde, o movimento operário internacional consagrou esta data como símbolo de resistência e reivindicação.




Em Portugal, o 1 de Maio teve especial importância após a Revolução dos Cravos, em 1974. No primeiro 1º de Maio em liberdade, as ruas encheram-se de gente, bandeiras e palavras de ordem. Foi um momento histórico de celebração e esperança, num país que começava a respirar democracia e a valorizar os direitos laborais.

Na Região Autónoma da Madeira, o espírito do 1º de Maio também é vivido com significado. Apesar das particularidades insulares, as preocupações dos trabalhadores madeirenses refletem-se nas lutas comuns do país: emprego digno, proteção social, estabilidade contratual e valorização do trabalho local. Ao longo dos anos, a Madeira tem procurado equilibrar o seu crescimento turístico e económico com os direitos de quem sustenta esses setores – os trabalhadores.

Hoje, o 1º de Maio continua a ser um momento de reflexão e mobilização. Num tempo em que novas formas de trabalho emergem, como o teletrabalho ou os chamados “gig jobs”, importa não esquecer as bases que foram conquistadas com esforço e persistência.

Este dia serve não só para celebrar o passado, mas também para lembrar que os direitos laborais são uma construção contínua. Em Portugal, na Madeira e em qualquer parte do mundo, o trabalho digno continua a ser uma luta que vale a pena travar — todos os dias, mas especialmente a 1 de Maio.

As celebrações do 1.º de Maio em Portugal são marcadas por diversas atividades promovidas por centrais sindicais e outras organizações​.

Lisboa: A CGTP organiza a tradicional corrida internacional do 1.º de Maio, com partida e chegada no Estádio 1.º de Maio. À tarde, realiza-se um desfile entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, culminando com um comício.

Porto: Está prevista uma manifestação na Avenida dos Aliados durante a tarde .​

Além disso, em várias localidades pelo país, ocorrem festas populares, provas desportivas, caminhadas, música e teatro para celebrar o Dia do Trabalhador.

Na Madeira, o Dia do Trabalhador é celebrado com um programa diversificado de atividades culturais, desportivas e recreativas:​

21h00: Concerto da fadista Cuca Roseta, acompanhada pela Banda Militar da Madeira, no Parque de Santa Catarina. A entrada é livre, e as portas abrem às 18h00.

19h00: Atuação da banda madeirense Pilares de Bânger como banda de abertura.

09h15: Prova de Atletismo "Madeira a Correr" – Grande Prémio 1.º de Maio, na Ribeira Brava .​



Pelas 12 horas, o Monumento ao Trabalhador Madeirense, localizado na Avenida Sá Carneiro, recebe o tradicional acto de deposição de flores.

24.4.25

25 de Abril: Cravos, Coragem e Liberdade


Amanhã comemora-se o 25 de Abril de 1974 que não foi apenas um golpe militar — foi um renascimento. Foi o dia em que Portugal acordou de uma longa noite de quase meio século de ditadura. Foi o dia em que o som dos tanques em Lisboa não trouxe medo, mas esperança. E no meio desse momento histórico, um gesto simples tornou-se símbolo eterno: um cravo vermelho num cano de espingarda.

O gesto partiu de uma mulher chamada Celeste Caeiro, empregada de mesa num restaurante que, nesse dia, fechou portas por causa da revolução que se desenrolava nas ruas. O restaurante tinha cravos para distribuir aos clientes em comemoração do seu aniversário. Com as portas encerradas e os cravos nas mãos, Celeste decidiu oferecê-los aos soldados. Eles, em vez de os rejeitarem, colocaram-nos nas espingardas. E assim nasceu o símbolo pacífico da revolução — o cravo vermelho, hoje inseparável do 25 de Abril.


 
Nas horas e dias que se seguiram, o país transbordou em euforia, emoção e, claro, incerteza. Mas para muitos, sobretudo os que viveram em silêncio durante anos, foi o primeiro verdadeiro sopro de liberdade.


 

E na Madeira? Também ali a mudança foi sentida. Embora geograficamente distante do coração da revolução, a ilha não ficou indiferente. As notícias chegaram pelo rádio, pela televisão, pelas vozes que passavam de boca em boca. A população madeirense, que também sofrera com as restrições impostas pelo regime, começou a sentir, ainda que aos poucos, o vento da mudança.

Pouco depois do 25 de Abril, surgiram as primeiras manifestações políticas na ilha. Ganhou força a luta pela autonomia — uma forma de garantir que o povo madeirense pudesse também decidir o seu futuro, gerir os seus recursos, valorizar a sua identidade. Em 1976, essa autonomia foi finalmente reconhecida, com a criação da Região Autónoma da Madeira, dotada de um governo próprio.

É fácil esquecer, passados tantos anos, o que custou chegar até aqui. Por isso, o 25 de Abril não é só uma comemoração — é um lembrete. Um apelo à memória e à vigilância. Porque a liberdade não cai do céu, nem se mantém sozinha. Conquista-se. Cuida-se. Reafirma-se.

Neste dia, seja no coração de Lisboa ou com vista para o Atlântico, que cada cravo vermelho nos lembre de Celeste, dos soldados, dos cidadãos anónimos, dos que sonharam e dos que agiram. Que nos lembre que o silêncio imposto foi quebrado por vozes unidas. E que, na Madeira como no continente, a liberdade chegou… e deve continuar a florescer.

















c.e.ai

21.4.25

Papa Francisco morre aos 88 anos





Papa Francisco: Uma Vida de Serviço, Simplicidade e Esperança​

No dia 21 de abril de 2025, o mundo despediu-se de uma das figuras mais carismáticas e transformadoras da Igreja Católica: o Papa Francisco. Faleceu aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano, após complicações respiratórias que se agravaram nos últimos meses. ​O estado de saúde de Francisco era frágil há vários anos, tendo-o levado a pelo menos três hospitalizações desde 2023.

No Domingo de Páscoa já debilitado, "despediu-se" de todos os fiéis desejando Boa Páscoa na janela da Praça de S. Pedro.

Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina. Filho de imigrantes italianos, ingressou na Companhia de Jesus em 1958 e foi ordenado sacerdote em 1969. Destacou-se pelo seu compromisso com os mais pobres e pela simplicidade de vida, características que o acompanharam ao longo de toda a sua trajetória. ​

Em 13 de março de 2013, foi eleito o 266.º Papa da Igreja Católica, tornando-se o primeiro pontífice jesuíta, o primeiro das Américas e o primeiro do hemisfério sul. Escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e amor pelos pobres.​

Durante o seu pontificado, destacou-se por uma abordagem pastoral centrada na misericórdia, na justiça social e no cuidado com o meio ambiente. Publicou encíclicas marcantes como "Laudato si', sobre a ecologia integral, e Fratelli tutti, sobre a fraternidade e amizade social.

Francisco também promoveu reformas significativas na Cúria Romana, incentivou o diálogo inter-religioso e defendeu uma Igreja mais próxima das pessoas, especialmente dos marginalizados.​

8.4.25

A Páscoa e as tradições na ilha da Madeira


A História da Páscoa e as Tradições que Antecedem o Domingo de Páscoa

A Páscoa é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão, marcando a ressurreição de Jesus Cristo ao terceiro dia após a sua crucificação. No entanto, muito antes da Páscoa se tornar um evento religioso, já existiam festividades pagãs associadas à renovação e à chegada da primavera.

As Origens da Páscoa

A palavra "Páscoa" deriva do hebraico "Pessach", que significa "passagem", e refere-se à celebração judaica que comemora a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Com o tempo, o cristianismo adotou a data e deu-lhe um novo significado, celebrando a vitória de Cristo sobre a morte.

O Período da Quaresma e a Semana Santa

A preparação para a Páscoa começa 40 dias antes, com a Quaresma, um período de reflexão, jejum e penitência. Durante este tempo, muitos cristãos optam por abdicar de certos alimentos ou hábitos como forma de sacrifício.

A Semana Santa, que antecede a Páscoa, é repleta de simbolismo:

Domingo de Ramos: marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Quinta-feira Santa: relembra a Última Ceia.

Sexta-feira Santa: dia da crucificação e morte de Cristo.

Sábado de Aleluia: representa o luto e a espera pela ressurreição.

Domingo de Páscoa: celebra a ressurreição e a vitória da vida sobre a morte.

A Via Sacra na Ilha da Madeira

Uma das tradições mais emocionantes da Páscoa na Madeira é a Via Sacra, um evento religioso que reúne fiéis e turistas num percurso simbólico que recria os passos da Paixão de Cristo. As procissões, realizadas em várias localidades da ilha, percorrem ruas iluminadas por tochas e decoradas com tapetes de flores, criando um ambiente de profundo significado espiritual. Em alguns locais, a encenação ao vivo das Estações da Cruz envolve a comunidade e transporta todos para a história bíblica com grande impacto visual e emocional.

A Tradição dos Ovos de Páscoa e a História do Coelho da Páscoa

Uma das tradições mais populares da Páscoa é a troca e a caça aos ovos de chocolate.

2.4.25

Balamento – O Jogo Tradicional da Madeira da Páscoa


Balamento – O Jogo Tradicional da Madeira Que Não Podemos Deixar Cair no Esquecimento

Se cresceste na Madeira ou tens raízes madeirenses, é provável que já tenhas ouvido falar do balamento, também conhecido como "belamente". Mas será que ainda se joga? Infelizmente, esta tradição única, que faz parte da cultura popular da ilha, está a perder-se com o tempo.

O balamento não é apenas um jogo simples – é um ritual de Páscoa, um momento de diversão entre amigos e familiares e uma ligação ao passado açucareiro da Madeira. Vamos descobrir mais sobre esta tradição fascinante e porque é tão importante mantê-la viva!

O Que é o Balamento?
O balamento é um jogo tradicional madeirense disputado entre duas pessoas nos dias que antecedem a Páscoa, geralmente entre 8 a 10 dias antes. O objetivo? Ser o primeiro a dizer "balamento" ao longo desse período. Parece fácil? Nem tanto! Tens de estar sempre atento, porque o adversário pode apanhar-te desprevenido a qualquer momento. Podes esconder-te para conseguires pontuar.

As regras são simples, mas a diversão é garantida!
Regras do Jogo