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24.4.25

25 de Abril: Cravos, Coragem e Liberdade


Amanhã comemora-se o 25 de Abril de 1974 que não foi apenas um golpe militar — foi um renascimento. Foi o dia em que Portugal acordou de uma longa noite de quase meio século de ditadura. Foi o dia em que o som dos tanques em Lisboa não trouxe medo, mas esperança. E no meio desse momento histórico, um gesto simples tornou-se símbolo eterno: um cravo vermelho num cano de espingarda.

O gesto partiu de uma mulher chamada Celeste Caeiro, empregada de mesa num restaurante que, nesse dia, fechou portas por causa da revolução que se desenrolava nas ruas. O restaurante tinha cravos para distribuir aos clientes em comemoração do seu aniversário. Com as portas encerradas e os cravos nas mãos, Celeste decidiu oferecê-los aos soldados. Eles, em vez de os rejeitarem, colocaram-nos nas espingardas. E assim nasceu o símbolo pacífico da revolução — o cravo vermelho, hoje inseparável do 25 de Abril.


 
Nas horas e dias que se seguiram, o país transbordou em euforia, emoção e, claro, incerteza. Mas para muitos, sobretudo os que viveram em silêncio durante anos, foi o primeiro verdadeiro sopro de liberdade.


 

E na Madeira? Também ali a mudança foi sentida. Embora geograficamente distante do coração da revolução, a ilha não ficou indiferente. As notícias chegaram pelo rádio, pela televisão, pelas vozes que passavam de boca em boca. A população madeirense, que também sofrera com as restrições impostas pelo regime, começou a sentir, ainda que aos poucos, o vento da mudança.

Pouco depois do 25 de Abril, surgiram as primeiras manifestações políticas na ilha. Ganhou força a luta pela autonomia — uma forma de garantir que o povo madeirense pudesse também decidir o seu futuro, gerir os seus recursos, valorizar a sua identidade. Em 1976, essa autonomia foi finalmente reconhecida, com a criação da Região Autónoma da Madeira, dotada de um governo próprio.

É fácil esquecer, passados tantos anos, o que custou chegar até aqui. Por isso, o 25 de Abril não é só uma comemoração — é um lembrete. Um apelo à memória e à vigilância. Porque a liberdade não cai do céu, nem se mantém sozinha. Conquista-se. Cuida-se. Reafirma-se.

Neste dia, seja no coração de Lisboa ou com vista para o Atlântico, que cada cravo vermelho nos lembre de Celeste, dos soldados, dos cidadãos anónimos, dos que sonharam e dos que agiram. Que nos lembre que o silêncio imposto foi quebrado por vozes unidas. E que, na Madeira como no continente, a liberdade chegou… e deve continuar a florescer.

















c.e.ai

21.4.25

Papa Francisco morre aos 88 anos





Papa Francisco: Uma Vida de Serviço, Simplicidade e Esperança​

No dia 21 de abril de 2025, o mundo despediu-se de uma das figuras mais carismáticas e transformadoras da Igreja Católica: o Papa Francisco. Faleceu aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano, após complicações respiratórias que se agravaram nos últimos meses. ​O estado de saúde de Francisco era frágil há vários anos, tendo-o levado a pelo menos três hospitalizações desde 2023.

No Domingo de Páscoa já debilitado, "despediu-se" de todos os fiéis desejando Boa Páscoa na janela da Praça de S. Pedro.

Jorge Mario Bergoglio nasceu a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina. Filho de imigrantes italianos, ingressou na Companhia de Jesus em 1958 e foi ordenado sacerdote em 1969. Destacou-se pelo seu compromisso com os mais pobres e pela simplicidade de vida, características que o acompanharam ao longo de toda a sua trajetória. ​

Em 13 de março de 2013, foi eleito o 266.º Papa da Igreja Católica, tornando-se o primeiro pontífice jesuíta, o primeiro das Américas e o primeiro do hemisfério sul. Escolheu o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis, símbolo de humildade e amor pelos pobres.​

Durante o seu pontificado, destacou-se por uma abordagem pastoral centrada na misericórdia, na justiça social e no cuidado com o meio ambiente. Publicou encíclicas marcantes como "Laudato si', sobre a ecologia integral, e Fratelli tutti, sobre a fraternidade e amizade social.

Francisco também promoveu reformas significativas na Cúria Romana, incentivou o diálogo inter-religioso e defendeu uma Igreja mais próxima das pessoas, especialmente dos marginalizados.​

8.4.25

A Páscoa e as tradições na ilha da Madeira


A História da Páscoa e as Tradições que Antecedem o Domingo de Páscoa

A Páscoa é uma das celebrações mais importantes do calendário cristão, marcando a ressurreição de Jesus Cristo ao terceiro dia após a sua crucificação. No entanto, muito antes da Páscoa se tornar um evento religioso, já existiam festividades pagãs associadas à renovação e à chegada da primavera.

As Origens da Páscoa

A palavra "Páscoa" deriva do hebraico "Pessach", que significa "passagem", e refere-se à celebração judaica que comemora a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Com o tempo, o cristianismo adotou a data e deu-lhe um novo significado, celebrando a vitória de Cristo sobre a morte.

O Período da Quaresma e a Semana Santa

A preparação para a Páscoa começa 40 dias antes, com a Quaresma, um período de reflexão, jejum e penitência. Durante este tempo, muitos cristãos optam por abdicar de certos alimentos ou hábitos como forma de sacrifício.

A Semana Santa, que antecede a Páscoa, é repleta de simbolismo:

Domingo de Ramos: marca a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.

Quinta-feira Santa: relembra a Última Ceia.

Sexta-feira Santa: dia da crucificação e morte de Cristo.

Sábado de Aleluia: representa o luto e a espera pela ressurreição.

Domingo de Páscoa: celebra a ressurreição e a vitória da vida sobre a morte.

A Via Sacra na Ilha da Madeira

Uma das tradições mais emocionantes da Páscoa na Madeira é a Via Sacra, um evento religioso que reúne fiéis e turistas num percurso simbólico que recria os passos da Paixão de Cristo. As procissões, realizadas em várias localidades da ilha, percorrem ruas iluminadas por tochas e decoradas com tapetes de flores, criando um ambiente de profundo significado espiritual. Em alguns locais, a encenação ao vivo das Estações da Cruz envolve a comunidade e transporta todos para a história bíblica com grande impacto visual e emocional.

A Tradição dos Ovos de Páscoa e a História do Coelho da Páscoa

Uma das tradições mais populares da Páscoa é a troca e a caça aos ovos de chocolate.

2.4.25

Balamento – O Jogo Tradicional da Madeira da Páscoa


Balamento – O Jogo Tradicional da Madeira Que Não Podemos Deixar Cair no Esquecimento

Se cresceste na Madeira ou tens raízes madeirenses, é provável que já tenhas ouvido falar do balamento, também conhecido como "belamente". Mas será que ainda se joga? Infelizmente, esta tradição única, que faz parte da cultura popular da ilha, está a perder-se com o tempo.

O balamento não é apenas um jogo simples – é um ritual de Páscoa, um momento de diversão entre amigos e familiares e uma ligação ao passado açucareiro da Madeira. Vamos descobrir mais sobre esta tradição fascinante e porque é tão importante mantê-la viva!

O Que é o Balamento?
O balamento é um jogo tradicional madeirense disputado entre duas pessoas nos dias que antecedem a Páscoa, geralmente entre 8 a 10 dias antes. O objetivo? Ser o primeiro a dizer "balamento" ao longo desse período. Parece fácil? Nem tanto! Tens de estar sempre atento, porque o adversário pode apanhar-te desprevenido a qualquer momento. Podes esconder-te para conseguires pontuar.

As regras são simples, mas a diversão é garantida!
Regras do Jogo

Dia da Autonomia ilha da Madeira


Novo Feriado Regional Celebra a Autonomia da Madeira e dos Açores

Portugal ganha um novo feriado regional e, desta vez, a celebração foca-se na autonomia das regiões insulares: Madeira e Açores. Esta decisão reforça o reconhecimento do papel fundamental que estas regiões desempenham na identidade nacional, valorizando a sua cultura, história e conquistas ao longo dos anos.

O Significado da Autonomia

A Madeira e os Açores conquistaram o estatuto de regiões autónomas em 1976, na sequência da Revolução dos Cravos e da nova Constituição Portuguesa. Desde então, têm gerido muitas das suas próprias políticas, garantindo que as especificidades locais sejam respeitadas e promovidas.

Com governos regionais próprios, estas ilhas ganharam maior capacidade de decisão em áreas como educação, saúde, turismo e ambiente, o que lhes permitiu um desenvolvimento mais alinhado com as suas necessidades e potencialidades. Este novo feriado chega como um reconhecimento oficial e um reforço do compromisso de Portugal com a autonomia insular.

O feriado que será o primeiro, será uma oportunidade para destacar a cultura e as tradições açorianas e madeirenses. Esperam-se eventos culturais, atividades cívicas e momentos de reflexão sobre o percurso das ilhas ao longo das décadas. Além disso, o turismo poderá sair beneficiado, especialmente com a promoção de festividades e experiências locais que atraiam visitantes.

Do ponto de vista económico, um novo feriado pode ter diferentes impactos consoante o setor. Enquanto algumas atividades, como o turismo e a restauração, poderão lucrar com um maior fluxo de pessoas, outras poderão sentir um pequeno abrandamento. No entanto, o reforço da identidade regional e o incentivo ao orgulho local compensam largamente qualquer impacto a curto prazo.

Este novo feriado regional marca um passo importante na valorização das regiões autónomas dentro do contexto nacional. Além de recordar a história e as conquistas das ilhas, é também uma forma de reforçar a ligação entre o continente e os arquipélagos, promovendo uma maior compreensão da diversidade que compõe Portugal.

E para os habitantes da Madeira e dos Açores, este será certamente um dia especial – não apenas para descansar, mas para celebrar aquilo que os torna únicos no seio do país.

Haverá um concerto Ver mais aqui no Centro de Congressos.




















c.e.a.i